Uma das maiores tradições dos gaúchos é o acampamento farroupilha de Porto Alegre. Um local para fazer festa e lembrar os costumes da tradição gaúcha. Praticamente duas semanas inteiras em comemoração a revolução farroupilha celebrada no dia 20 de setembro.
Tive a oportunidade de conhecer o acampamento farroupilha na última viagem a Porto Alegre e trouxe aqui para o blog as minhas experiências.
Conteúdo desse artigo:
A revolução farroupilha
A revolução farroupilha foi o maior conflito armado do Brasil e um marco da identidade gaúcha que teve como grande objetivo propor melhores condições econômicas ao Rio Grande do Sul.
Em 20 de setembro de 1835, tropas lideradas por Bento Gonçalves marcharam para Porto Alegre, tomando a capital gaúcha e dando início à guerra.
A revolução farroupilha se estendeu por 10 anos e teve altos e baixos para os dois lados. Então em fevereiro de 1845 foi selada a paz, no qual muitas das reivindicações dos gaúchos foram atendidas.
Sobre o acampamento farroupilha
O acampamento farroupilha é a maior festa popular do Rio Grande do Sul e acontece de 07 de setembro a 20 de setembro no Parque da Harmonia em Porto Alegre.
No local são montados os piquetes, que são locais reservados para os grupos de tradição gaúcha, CTGs, grupos de amigos ou empresas que alugam os espaços. Todos eles para receber nos piquetes do acampamento os amigos, conhecidos, funcionários e clientes para curtir momentos de festa.
Cada um enfeita os piquetes à sua maneira. Tiveram piquetes com bandeiras enormes do Rio Grande do Sul, piquetes com o logotipo enorme da empresa para publicidade ou piquetes mais simples. Fato é que era possível ver piquetes melhor estruturados que outros.
Dentro dos piquetes são feitos os tradicionais churrascos ao som de muita música gaúcha e mesas para se alimentar e beber chopp ou cerveja.
No acampamento também há praça de alimentação para servir os turistas que não tem piquete e somente veio dar uma volta. Os preços acabam ficando mais caros do que nos piquetes, porque nos piquetes é tudo feito pelos amigos, seja nas compras em mercado ou no gelo da cerveja.
Os pratos das praças de alimentação variavam de acordo com o tipo. Eu vi lá entrevero gaúcho, arroz carreteiro gaúcho, cafés coloniais e, claro, o churrasco, com os mais variados tipos de carne, como costela fogo de chão, fraldinha, linguicinha, frango no espeto e lombo. Peguei um buffet livre que ficou em torno de R$ 35,00.
O horário da festa não tem fim. Depende da energia e alegria dos presentes. Tem gente inclusive que tira férias para curtir o acampamento farroupilha e ficar mais tempo lá dentro. Há horários diferenciados apenas para os shows, desfiles, piquetes de empresas e feirinha para venda de objetos.
Minha experiência no acampamento farroupilha
Todas as pessoas que eu conversava me indicavam conhecer o acampamento farroupilha porque lá eu ia encontrar o melhor churrasco, conhecer a tradição gaúcha, ver os gaúchos pilchados (vestidos a caráter) e escutar uma boa música tradicionalista. Então em uma terça-feira à noite sai do hotel e fui conhecer. Peguei um táxi que me deixou na entrada do evento.
Uma das preocupações que eu tinha era quanto à segurança do acampamento farroupilha. Havia escutado conversas de que o pessoal anda com facão no tiro-colo, tal qual pede o traje gaúcho, e que poderia haver brigas. Porém em nenhum momento vi problemas quanto a isso. Se acontece casos assim, são casos isolados, e claro, por pessoas que exageraram na bebida ou de fato que foram mal intencionadas para a festa. Tanto que vi muitas famílias na festa com pessoas de todas as idades o que foi muito bacana, porque tanto os mais novos quanto os mais velhos estavam curtindo a festa.
O orgulho rio-grandense reina em todos, seja nas músicas tradicionalistas, nos trajes típicos, na gastronomia peculiar. Em um momento, teve o hino do Brasil tocando e poucas pessoas cantando. Depois cantaram o hino do Rio Grande do Sul e quase estremeceu os piquetes tamanho o coral.
Não vi a presença de cavalos, tal qual vejo em festas de CTG (Clube de Tradição Gaúcha) aqui em Santa Catarina. Me informaram que os cavalos foram proibidos no acampamento farroupilha devido ao volume de pessoas que frequentam a festa para maior segurança dos presentes.
Uma dica é não ir para a festa em dias de chuva já que o chão do evento é feito de barro ou brita e é comum se voltar todo sujo de lama ou molhado. Apesar de que a festa está preparada para a chuva, já que ela é feita em um período de chuva, e geralmente chove.
No dia que eu fui não choveu e deu maior liberdade para transitar lá dentro no evento. Porém em outros dias que eu estava pela cidade, passei por perto e vi que, mesmo em dias de chuva, estava lotado de pessoas lá dentro, tamanha a tradição e importância da festa para os gaúchos.
Eu não fui vestido a caráter e vi muitas pessoas também não vestidas assim. Inclusive vi pessoas vestidas de social, que foram depois do horário de trabalho para curtir o evento. O mais bacana, se você puder ir, é estar pilchado no acampamento farroupilha. Você vai se sentir participando muito mais da festa.
Por falar em roupa, vá preparado. A roupa volta toda defumada devido a fumaça de assar os churrascos no evento. Eu tive de amarrar minha roupa em uma sacola plástica para guardar na mala para o cheiro não impregnar nas demais roupas.
Conclusão
Foi uma experiência muito bacana conhecer o acampamento farroupilha e recomendo a todos que querem conhecer e gostam da tradição gaúcha. Minha sugestão é tentar se enturmar nos piquetes. Confesso que tentei, puxei papo com um, com outro, teve receptividade, mas na hora do churrasco, era mais difícil, mesmo que fosse pagar para eles. Talvez porque não fui nas pessoas certas. Mesmo assim seria a melhor opção para estar mais inserido no evento.
É um local que com certeza voltaria se estivesse em Porto Alegre no período da Revolução Farroupilha.
E você, já tinha ouvido falar do acampamento farroupilha em Porto Alegre? Tem interesse em conhecer? Se já foi, o que achou do evento? Conte sua experiência pra gente aqui nos comentários!
Abraço e até o próximo post!